"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."
Alberto Caeiro (Um dos heterônimos de Fernando Pessoa)
Amo ler os escritos de Fernando Pessoa, me fascina saber que ele tinha muitos heterônimos (nomes verdadeiros de pessoas, dado às suas obras literárias), até me intriga um pouco imaginar isso, pois é, quando eu estudava, os professores também nos instigava, (os alunos) a pensarem sobre o assunto!
Lindo esse poema, nos faz pensar na vida, em tudo, pois pode haver tudo de melhor e mais valioso no mundo, mas não é o nosso mundo, o nosso eu, nossa vivência, nosso modo de ver as coisas e os valores!!!
Lindo isso, me faz acreditar cada vez mais que viver é a riqueza e a beleza do nosso "ver", "sentir", "perceber", adoro viver o "aqui e o agora"!!!
Ivone
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."
Alberto Caeiro (Um dos heterônimos de Fernando Pessoa)
Amo ler os escritos de Fernando Pessoa, me fascina saber que ele tinha muitos heterônimos (nomes verdadeiros de pessoas, dado às suas obras literárias), até me intriga um pouco imaginar isso, pois é, quando eu estudava, os professores também nos instigava, (os alunos) a pensarem sobre o assunto!
Lindo esse poema, nos faz pensar na vida, em tudo, pois pode haver tudo de melhor e mais valioso no mundo, mas não é o nosso mundo, o nosso eu, nossa vivência, nosso modo de ver as coisas e os valores!!!
Lindo isso, me faz acreditar cada vez mais que viver é a riqueza e a beleza do nosso "ver", "sentir", "perceber", adoro viver o "aqui e o agora"!!!
Ivone
Pessoa enlevava-nos, e até hoje, com suas odes onde rubrica o valor da natureza, dos elementos vivos, do amor livre ao belo e puro que deveríamos cuidar, mas infelizmente não o fazemos... Já sentimos a cobrança desses nossos atos impensados...
ResponderExcluirBj. Célia.
Amiga Ivone, eu também amo Fernando Pessoa, inclusive publiquei um post, no dia da poesia, homenageando três poetas: Jorge Luis Borges Mario Quintana e Fernando Pessoa. Tomo a liberdade de copiar ela para cá:
ResponderExcluirQUARTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2012
OS POETAS
Hoje, 14 de março, dia da poesia, vai minha modesta homenagem
aos meus poetas favoritos.
Quando três poetas famosos
ascenderam ao mundo espiritual,
os mestres dos respectivos artistas
perguntaram o que eles gostariam
de ter feito na terra caso não houvessem
optado pelo mundo das letras.
Jorge Luis Borges respondeu:
gostaria de ter sido ourives
para restaurar com pedras preciosas
a Biblioteca da Alexandria.
Teria revestido com ouro genuíno
o acervo completo da Biblioteca
Nacional de Buenos Aires.
Teria recolhido os vocábulos maltratados
pelas pessoas avessas
ao bom uso da língua
e os lapidados para devolver
ao altar do idioma
porque a palavra é sagrada.
Fernando Pessoa falou:
quisera ter sido um jardineiro
para cantar todas as flores
existentes no mundo,
inclusive aquelas que passam
desapercebidas pelos indivíduos apressados,
e o meu contentamento não teria sido menor
que a alegria de ter poetizado a vida.
Para cuidar das flores
não é necessário criar artifícios
nem dar outro sentido às palavras
além daquele intrínseco às mesmas.
Não é nem mesmo necessário
dar nome às flores.
Também não é necessário filosofia no trato com elas.
Para ler o livro que as flores escrevem na natureza
é preciso apenas ter olhos, olfato, sentimentos
e desapego de toda a vaidade.
Mario Quintana disse:
eu gostaria de ter sido o gestor
de uma biblioteca de sonhos ;
uma casa aberta aos oníricos,
pessoas não compreendidas na terra,
que sonham, solitárias, com medo
de perturbar a vida ordenada
dos indivíduos materialistas
que catalogam como loucura
qualquer atitude não padronizada,
processada pelas pessoas distraídas.
Durante minha vida inteira
fui testemunha ocular
da incompreensão sofrida pelo sonhador,
quando questionaram minha sexualidade
- diziam; ah, o Mário não gosta de mulher -
porque eu nunca casei.
Justamente eu, que amava todas as mulheres,
mas não seria adequado nem recomendável,
que eu entregasse minha vida a uma delas,
pois eu não podia perder a graça das musas,
seres especiais, únicos e caprichosos...
Para completar a questão,
talvez eu não pudesse ter sido outra coisa,
senão aquilo que fui, pois, quem sabe, no fundo,
sonhador e poeta sejam grãos da mesma seara.
Desculpe-me pela ousadia e pela invasão do teu espaço.
Um abração. Tenhas uma boa noite.
Meu amigo poeta Dilmar, é um imenso prazer ter você aqui e me dá maior prazer ainda saber que nossa amizade nos dá essa maravilhosa liberdade, venha, entre, fique à vontade, aqui a "casa" também é sua, tanto que sou a que agradece tamanho privilégio!
ExcluirAmei esses versos, sempre que quiseres venha, me dê o prazer de te ler também aqui!
Tens um dom maravilhoso!!!
Abraços e muito obrigada!!!
Sua amiga hoje e sempre, Ivone.
Olá querida Ivone! Menina que lindo post de Fernando Pessoa,e existe uma dimensão muito linda do rio Tejo, descendo e levando a vida nos navios.
ResponderExcluirLindo Ivone!!
Beijos amiga e uma Boa Noite
Oi Nati, amo ler poesias e sempre me lembro das que marcaram minha vida, minha mente sempre entra em sintonia e aqui compartilho com vocês, meus amigos sábios e muito queridos!!!
ExcluirBeijos minha linda amiga!
Que lindo Ivone querida!
ResponderExcluirVocê é demais sabia?
Amo seu jeito de escrever o que vai pelo seu coração, adoro.
Escuta uma coisa querida, amamos você viu?
Beijinhos no coração e tudo de perfeito sempre para vocês.
Ah, que linda amiga você é, eu também amo muito você, ou melhor já amo vocês dois, casal lindo e querido!
ExcluirAbraços em vossos corações!!!
Olá, Ivone.
ResponderExcluirMe acorre uma dúvida, se a poesia é de Pessoa, ou se Pessoa é da poesia. Grande poeta, grandes versos.
Um abração.
Pois é amigo Antonio, quando se trata de Pessoa, ah, ele foi tudo o que queremos ser, um gênio, portanto se ainda podemos entender suas poesias é por também sermos tão especiais quanto ele, ou melhor, tento, (aqui o digo por mim),mas que fica só no querer, nem sempre querer é poder!!!
ExcluirMas aqui digo para você, tenho um imenso prazer em ler seus comentários aqui, pois me faz me sentir alegre e feliz!!!